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Na voracidade que se assiste hoje em dia na nossa cidade, não se está a respeitar sequer os edifícios já classificados como monumentos, e que se deveriam preservar para não descaracterizar completamente a nossa cidade.

com o abaixo assinado (já  seguir) pretende-se clamar a quem de direito por uma atitude mais responsável, no caso de haver um grupo de pessoas, penso que não haverá inconveniente em imprimir o documento, o grupo assinar, e depois fazerem-me entrega das assinaturas.

O abaixo assinado (já  seguir) que está já está a correr em Luanda desde 28 de Janeiro, pode ser assinada:

- na UNAP
- na Associação Chá de Caxinde
- na sede da Ordem dos Arquitectos
- no escritório do Sérgio Piçarra

Este abaixo assinado será endereçado ao PR, com conhecimento à Governadora, Ministra da Cultura, Comissão da Cultura da Assembleia e representação da UNESCO em Luanda.

Já temos umas trezentas assinaturas. Precisamos de mais.


ABAIXO ASSINADO: EM DEFESA DO QUE RESTA DE LUANDA


Nós, abaixo assinados, cidadãos nascidos ou residentes em Luanda,  

ACREDITANDO que o que torna uma cidade singular é o seu património histórico e cultural, traduzido pelos hábitos das suas gentes, mas igualmente pelas pedras, construções, espaços e edifícios que foram sendo introduzidos ao longo dos séculos da sua génese.

TENDO tomado conhecimento que se continua a autorizar a destruição de património público, entre prédios classificados como foi o Palácio de Dona Ana Joaquina, ou por classificar, como o Mercado do Kinaxixe, este último considerado internacionalmente uma das obras arquitectónicas mais importantes do Movimento Moderno, e proposta por Óscar Niemeyer para ser considerado Património da Humanidade pela UNESCO.

PREOCUPADOS com as destruições quase diárias, e reconstruções arbitrárias, a que a cidade vem assistindo e que atentam contra a história, as tradições, a evolução e a  identidade dos luandenses.

NÃO ENTENDENDO  igualmente a total ausência de zonas verdes, jardins e parques, impedindo-a de ter os pulmões necessários à absorção da poluição alarmante que sofremos.

CONVENCIDOS que o aumento do tráfego, a indisciplina, a falta de campanhas insistentes de educação civica e moral, estão a desembocar numa situação quase impossível de ser revertida.

CONSTATANDO a existência de espaços imensos fora do centro da cidade, susceptíveis de serem utilizados e aproveitados para a construção de prédios altos, em zonas perfeitamente urbanizadas e com a infra-estrutura adequada, com parques de estacionamento e os acessos necessários para que as mesmas permitissem o crescimento, descongestionando o casco urbano existente, sem o descaracterizar.

TEMENDO que os novos projectos megalómanos, que descaracterizam Luanda, não tenham acautelado com a profundidade exigível sequer as necessidades em infra-estrutura para o seu adequado funcionamento, e menos ainda questões essenciais, entre as quais ressaltam a ambiental, a ecológica, a cultural, a geofísica e a socio-cultural,

E PORQUE OS FACTOS NOS INDUZEM A CRER de que a vontade não é de, com rigor e sentido humanista, levar as pessoas e serviços a desconcentrarem-se, mantendo a ideia de refazer a cidade, mas se continua a centralizar edifícios que poderiam perfeitamente ficar situados na periferia, como é o exemplo flagrante da sede da SONANGOL,

DEFENDENDO QUE todas as cidades têm a sua História, e a nossa não é diferente das outras,  

E PORQUE há que defender a História e o Património de Luanda, mesmo admitindo que já é um pouco tarde, mas ainda assim convencidos que um País sem memória fisica é um País à deriva, sem identidade,

E PORQUE pela dimensão de alguns dos projectos que estão a ser implementados, parece-nos ser legitimamente exigível os estudos ambientais e a mais ampla discussão e auscultação públicas, num acto de verdadeiro respeito pela democracia,

REQUEREM a suspensão das acções em curso, e uma análise exaustiva na procura de locais alternativos para o desenvolvimento de todos os projectos que não tenham em consideração a preservação da componente histórica da cidade, do que resta do nosso valioso património arquitectónico, que não é só a cidade dos séculos XVII a XIX, mas também dos edifícios mais significativos do Movimento Moderno.

      Luanda, aos 28 de Janeiro de 2009.


ASSINATURAS DE CIDADÃOS QUE SUBSCREVEM A CARTA

EM  DEFESA DO QUE RESTA DE LUANDA

FIM
Ola todos, anda a circular este abaixo assinado por toda Luanda desde dia 28/01/09, achei importante por aqui para vosso conhecimento:


Na voracidade que se assiste hoje em dia na nossa cidade, não se está a respeitar sequer os edifícios já classificados como monumentos, e que se deveriam preservar para não descaracterizar completamente a nossa cidade.

com o abaixo assinado (já seguir) pretende-se clamar a quem de direito por uma atitude mais responsável, no caso de haver um grupo de pessoas, penso que não haverá inconveniente em imprimir o documento, o grupo assinar, e depois fazerem-me entrega das assinaturas.

O abaixo assinado (já seguir) que está já está a correr em Luanda desde 28 de Janeiro, pode ser assinada:

- na UNAP
- na Associação Chá de Caxinde
- na sede da Ordem dos Arquitectos
- no escritório do Sérgio Piçarra

Este abaixo assinado será endereçado ao PR, com conhecimento à Governadora, Ministra da Cultura, Comissão da Cultura da Assembleia e representação da UNESCO em Luanda.

Já temos umas trezentas assinaturas. Precisamos de mais.


ABAIXO ASSINADO: EM DEFESA DO QUE RESTA DE LUANDA


Nós, abaixo assinados, cidadãos nascidos ou residentes em Luanda,

ACREDITANDO que o que torna uma cidade singular é o seu património histórico e cultural, traduzido pelos hábitos das suas gentes, mas igualmente pelas pedras, construções, espaços e edifícios que foram sendo introduzidos ao longo dos séculos da sua génese.

TENDO tomado conhecimento que se continua a autorizar a destruição de património público, entre prédios classificados como foi o Palácio de Dona Ana Joaquina, ou por classificar, como o Mercado do Kinaxixe, este último considerado internacionalmente uma das obras arquitectónicas mais importantes do Movimento Moderno, e proposta por Óscar Niemeyer para ser considerado Património da Humanidade pela UNESCO.

PREOCUPADOS com as destruições quase diárias, e reconstruções arbitrárias, a que a cidade vem assistindo e que atentam contra a história, as tradições, a evolução e a identidade dos luandenses.

NÃO ENTENDENDO igualmente a total ausência de zonas verdes, jardins e parques, impedindo-a de ter os pulmões necessários à absorção da poluição alarmante que sofremos.

CONVENCIDOS que o aumento do tráfego, a indisciplina, a falta de campanhas insistentes de educação civica e moral, estão a desembocar numa situação quase impossível de ser revertida.

CONSTATANDO a existência de espaços imensos fora do centro da cidade, susceptíveis de serem utilizados e aproveitados para a construção de prédios altos, em zonas perfeitamente urbanizadas e com a infra-estrutura adequada, com parques de estacionamento e os acessos necessários para que as mesmas permitissem o crescimento, descongestionando o casco urbano existente, sem o descaracterizar.

TEMENDO que os novos projectos megalómanos, que descaracterizam Luanda, não tenham acautelado com a profundidade exigível sequer as necessidades em infra-estrutura para o seu adequado funcionamento, e menos ainda questões essenciais, entre as quais ressaltam a ambiental, a ecológica, a cultural, a geofísica e a socio-cultural,

E PORQUE OS FACTOS NOS INDUZEM A CRER de que a vontade não é de, com rigor e sentido humanista, levar as pessoas e serviços a desconcentrarem-se, mantendo a ideia de refazer a cidade, mas se continua a centralizar edifícios que poderiam perfeitamente ficar situados na periferia, como é o exemplo flagrante da sede da SONANGOL,

DEFENDENDO QUE todas as cidades têm a sua História, e a nossa não é diferente das outras,

E PORQUE há que defender a História e o Património de Luanda, mesmo admitindo que já é um pouco tarde, mas ainda assim convencidos que um País sem memória fisica é um País à deriva, sem identidade,

E PORQUE pela dimensão de alguns dos projectos que estão a ser implementados, parece-nos ser legitimamente exigível os estudos ambientais e a mais ampla discussão e auscultação públicas, num acto de verdadeiro respeito pela democracia,

REQUEREM a suspensão das acções em curso, e uma análise exaustiva na procura de locais alternativos para o desenvolvimento de todos os projectos que não tenham em consideração a preservação da componente histórica da cidade, do que resta do nosso valioso património arquitectónico, que não é só a cidade dos séculos XVII a XIX, mas também dos edifícios mais significativos do Movimento Moderno.

Luanda, aos 28 de Janeiro de 2009.


ASSINATURAS DE CIDADÃOS QUE SUBSCREVEM A CARTA

EM DEFESA DO QUE RESTA DE LUANDA

FIM
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Comments14
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Purple-kit's avatar
realmente o meu pai ( q e angolano) tambem fala sempre desta destruição do patrimonio...acho q inclusive estava realmente preocupado com o liceu salvador correia (espero n me enganar no nome) q ele frequentou, e escreveu um texto sobre isso (não sei realmente para publicar onde)
enfim, eu como portuguesa cheguei hoje a luanda e ja notei um pouco deste capitalismo que destroi tudo. na mesma continuo curiosa para ver alguns dos edificios que fazem a historia de luanda!